segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Gelado "natura" de morango e banana



É Verão, tempo de calor e de receitas leves e frescas para contrabalançar a canícula. Certo? Nem sempre! :) No Porto, as temperaturas raramente acompanham o calor o calor que se faz sentir no resto do país, e frequentemente comento isso mesmo com amigos e família, quando me dizem coisas como "amanhã será o dia mais quente do ano!", ou "nesta semana as temperaturas estarão sempre acima dos 30º!". A minha resposta varia entre o "isso é no resto do país, nós somos uma excepção", ou "nós não vivemos no mesmo país!". É que, apesar de não ser a maior amante de praia e de calor, também gostava, de vez em quando, de poder ir à praia sem me preocupar com o vento, de ir passear à noite sem casaco, ou de ter um Verão em que a temperatura média supere os 23º. Mas eu vivo no Porto... E não há prós sem contras! :) Todavia, não é isso que me impede de fazer as tais receitas leves de que falava no início do texto, ou sobremesas de Verão, como este gelado, feito apenas com fruta e iogurte, e para o qual encontrei inspiração aqui. 


Usei:

Uma banana madura congelada (congelei com casca, descasquei antes de usar)
500 gr de morangos lavados, cortados em pedaços e congelados
2 iogurtes gregos de morango
1 pitada de canela em pó
Mirtilos e cerejas para servir com o gelado

Fiz assim:

Retirei os morangos e a banana do congelador cerca de 20 minutos antes de usá-los, para ficarem mais maleáveis. Coloquei-os no robot de cozinha, juntamente com o iogurte e a canela,e fui triturando até obter um preparado cremoso e sem grumos. Coloquei numa caixa hermética, e levei ao congelador. 
Para servir, recomendo que se retire do congelador uns minutos antes, pois depois de congelar o gelado fica bastante sólido e difícil de manusear. De resto, nada a apontar como defeito, é um gelado muito simples de se fazer, com um sabor intenso a fruta, e muito cremoso. Servi com mirtilos e cerejas, e gostei bastante do resultado! 

Está então servida a sobremesa, que cheira e sabe a morangos e a Verão. Se os puderem colher, tanto melhor... Strawberry Fields Forever!







sexta-feira, 7 de agosto de 2015

De volta! :)

Há mais de dois meses que não publicava nada aqui. Mais de dois meses sem ter grande vontade de fazê-lo. Não quer dizer que não tenha cozinhado durante todo este tempo. É claro que cozinhei, por vezes coisas mais interessantes, e outras mais apressadas, consoante o tempo livre, a (boa) disposição e o sabor dos dias. 
O fim de cada semestre lectivo é sinónimo de muitas horas de trabalho, de muito stress, de muita ansiedade. Cozinhar e escrever no blog costumam ser formas de escape. Porém, no final deste ano lectivo dei por mim a querer fazer outras coisas que não implicassem estar tão ligada ao computador e à internet. Talvez porque grande parte do trabalho que faço implica as duas coisas. E também porque me pus a pensar que este blog não faz diferença nenhuma no meio de tantos e magníficos blogs de culinária. Convenhamos que não sou nenhuma rainha da fotografia, portanto, raramente publico receitas com fotos de jeito. E os pratos que confecciono não são elaborados, não são vistosos, não é comida de chef. E tudo isso fez-me pensar se faria sentido manter este blog. A conclusão a que cheguei é que criei o blog porque gosto de cozinhar, e gosto de partilhar o que cozinho. E, nesse espírito de partilha, decidi continuar por aqui. 
Com o que se pode contar neste blog, depois desta reflexão? No fundo, com o mesmo de sempre: as mesmas fotos de qualidade duvidosa, publicações ao ritmo que me for possível, muito chocolate, alguma pimenta, e, claro, a música. Sempre a comida e a música. Afinal, são dois dos meus maiores prazeres!

Oh, meu querido "Pimenta e Chocolate"... "I Should Live In Salt For Leaving You Behind". 
But I´m back! :)


sexta-feira, 29 de maio de 2015

Bolo Húmido com Leite de Côco



No segundo sábado de Maio comemora-se o Dia Mundial do Comércio Justo. Como é habitual, fiz um bolo para assinalar a data na Loja de Comércio Justo do Parque da Cidade. É uma prática que reitero há anos, mas nunca um dos meus bolos foi tão apreciado como este. Foram várias as pessoas a pedir-me a receita, e a tecer comentários elogiosos ao bolo. A receita original foi-me fornecida por um colega de trabalho, que, certa vez, numa das nossas muitas reuniões de fim de tarde, levou um delicioso bolo de côco para o lanche. Disse-me que a receita é oriunda do Brasil, mas não sabia precisar a fonte. A receita que aqui publico corresponde à minha adaptação, e que é bastante fiel à original.
Este bolo é absolutamente delicioso, e perfeito para quem aprecia côco. O segredo reside na calda de cobertura, que transforma um bolo simples num bolo húmido e cremoso, com uma textura fofa e fresca que é irresistível! Foi mesmo muito apreciado e elogiado, inclusive por pessoas que revelaram não gostar de leite condensado, um dos ingredientes da cobertura, mas cujo sabor não se sente, pois prevalece o aroma mais intenso do côco. :)

Usei:

5 ovos
2 chávenas de açúcar amarelo
3 chávenas de farinha de trigo com fermento
1/2 chávena de chá rooibos, frio, do Comércio Justo (ou uma chávena de sumo de laranja natural)
1/2 chávena de sumo de laranja natural 
1 colher de sopa de fermento em pó 
 
Para a cobertura: 1 lata  de leite de coco
1 lata de leite condensado magro
1/2 pacote de coco ralado sem açúcar
uma pitada de canela em pó, do Comércio Justo

Fiz assim:

Bati as claras em neve. Acrescentei o açúcar e bati por mais três minutos. Adicionei as gemas, a farinha, o sumo de laranja e o chá, e continuei a bater, até obter uma massa homogénea. Por último, coloquei o fermento. Bati por mais 40 segundos na menor velocidade da batedeira. Forrei um tabuleiro pequeno com papel vegetal, e despejei a massa para lá para dentro. Levei ao forno, pré-aquecido a 170º, por aproximadamente 40 minutos, até dourar (espetei um palito, ao fim deste tempo, e já estava cozido e douradinho).

Cobertura:

Misturei, numa taça, o leite de côco e o leite condensado. Assim que o bolo ficou cozido, retirei-o do forno e furei toda a sua superfície com um garfo, para que a cobertura penetrasse bem no bolo. Com o bolo ainda quente e já perfurado, despejei a cobertura sobre ele. Por fim, salpiquei o côco ralado e a canela em pó por cima. Levei ao frigorífico até à hora de servir.

Bom fim de semana!

sábado, 25 de abril de 2015

Bolo de Farinha de Grão com Laranja e Amêndoa


A data de 25 de Abril assinala um dos valores que mais prezo, o da Liberdade. Per se, o simbolismo desta data já seria suficiente para fazer um bolinho. Juntou-se-lhe o facto de ser sábado, e de estar chuva. Ora fim de semana e chuva, cá em casa, dá sempre direito a ligar o forno, mesmo que seja "só" para fazer um bolo. E assim foi. Tinha ficado de olho neste belo bolinho da Laranjinha. Fui para a cozinha. Olhei para a lista de ingredientes. Não tinha farinha de milho. E tinha uma pêra tãoi madura, que só poderia mesmo usá-la num bolo, portanto, teria de alterar a receita original. E assim fiz!

Usei:

3 ovos grandes
1 laranja inteira
1 pêra madura
3 colheres de sopa de óleo de girassol
100 gr de açúcar mascavado
50 gr de farinha de amêndoa
50 gr de farinha de arroz
100 gr de farinha de grão de bico
100 gr de farinha de trigo com fermento
1 colher de chá de fermento
1 colher de chá de essência de baunilha
Mistura de açúcar e canela para polvilhar

Fiz assim:

No liquidificador, coloquei a pêra descascada e, cortada em pedaços. Juntei-lhe os gomos de laranja, com a casca, e triturei tudo, até obter uma polpa sem grumos. Adicionei os ovos e o óleo, e voltei a triturar. De seguida, juntei o açúcar e a baunilha, e triturei novamente. Uni o conjunto de farinhas com o fermento, e adicionei-os à massa. Coloquei o preparado numa forma rectangular de silicone, e polvilhei com uma mistura de açúcar e canela, para criar uma crosta crocante e aromática no bolo. Levei ao forno, pré-aquecido a 180º, durante 50 minutos. Quando espetei um palito no bolo, após os 50 minutos, ele saiu seco. Desenformei o bolo, e servi.
Ainda sobraram algumas fatias para o pequeno almoço de amanhã! Fazer café, espremer o sumo das laranjas, colocar o pão a torrar, mexer os ovos, e levar o bolo para a mesa. São estes os planos para amanhã, quando acordar! :) 

Bom fim de semana!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Bolo de Café, Canela e Açúcar Amarelo




Já aqui havia falado dos bolos que faço para alguns eventos da Loja do Comércio Justo. É uma causa em que acredito, por isso gosto de ajudar sempre que posso. Desta vez, fiz um bolo de café, canela e açúcar amarelo, e estes três ingredientes são de Comércio Justo. O bolo foi muito apreciado por todos os clientes da loja que o provaram, o que me deixou muito feliz! :)


Usei:

4 chávenas de farinha de trigo com fermento
3 chávenas de açúcar amarelo
5 ovos
2 chávenas de café forte (chávena com a mesma capacidade das usadas para medir o açúcar e a farinha)
1/2 chávena de óleo de girassol
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de sopa de canela em pó
1 colher de sopa de cacau em pó


Fiz assim:

Comecei por bater, com a batedeira, os ovos inteiros com o açúcar, até obter um creme liso e fofo. Acrescentei o café e o óleo, e bati até envolver todos os ingredientes. Depois juntei a farinha, a canela, o cacau e o bicarbonato de sódio. Untei um tabuleiro com manteiga, polvilhei com farinha, e verti o creme para o tabuleiro. Levei ao forno, pré-aquecido a 180º, até que o bolo cozesse (neste caso, demorou 35 minutos). Depois de o bolo ter arrefecido, polvilhei-o com uma mistura de açúcar amarelo e canela, o que lhe conferiu um aroma maravilhoso!

Bom fim de semana!





quinta-feira, 5 de março de 2015

Fusilli de Milho com Cogumelos Shitake e Queijo de Cabra


Massa de... Massa com... Para mim, massa vai bem com (quase) tudo, e de (quase) tudo. É um ingrediente muito versátil, que se cozinha rapidamente, e que fica sempre bem. Ontem tive de fazer compras no supermercado, e havia uma massa de milho, sem glúten, em promoção. Resolvi trazer para experimentar. E havia também em promoção um ingrediente que muito aprecio, os cogumelos shitake. E assim se fez o almoço de hoje, comido na varanda, a apreciar os raios de sol. Tão simples. Tão rápido. Tão leve. E tão bom!

Usei:

Um punhado de fusilli de milho
5 cogumelos Shitake
Duas fatias de queijo de cabra
Metade de um tomate pequeno
Azeitonas pretas descaroçadas e cortadas em rodelas
Azeite
Alho em pó
Sal marinho
Pimenta preta
Salsa fresca
Água


Fiz assim:

Cozi a massa em água fervente temperada de sal, durante 10 minutos. Enquanto a massa cozia, limpei os cogumelos, parti-os em pedaços, e salteei-nos numa frigideira untada com um pouco de azeite, durante 2 minutos. Temperei com um pouco de sal marinho, alho em pó e pimenta preta. Reservei. Cortei o tomate e o queijo em pequenos pedaços, e coloquei-os no fundo de um prato de servir massa. Juntei o fusilli escorrido, os cogumelos, e um pouco de salsa picada. Reguei com um fio de azeite, e fui sentar-me numa cadeira, na varanda, a fazer fotossíntese enquanto comia! :)






terça-feira, 3 de março de 2015

Pão de Trigo, Centeio e Castanha




Tenho uma imensa colecção de livros de culinária, que reflectem a minha paixão por esta mui nobre arte. Todavia, não tenho (ainda!) nenhum livro de culinária que se dedique, exclusivamente, ao pão. Os pães que vou fazendo resultam, normalmente, de pesquisas encetadas na Internet. Mas hoje, enquanto pensava num pão para fazer no fim de semana, lembrei-me de voltar aos básicos, e fui buscar a inspiração a um dos mais antigos livros do Jamie Oliver, "Na Cozinha com Jamie Oliver", de 1999. Lá encontrei uma receita básica de pão. E como as receitas do Jamie nunca desiludem, meti mãos à obra, seguindo os passos da receita, mas acrescentando ingredientes mais ao meu gosto. Neste caso, substituí metade da farinha de trigo branca por farinha de trigo integral, e acrescentei também farinha de centeio e farinha de castanhas. 
O pão ficou enorme, nunca tinha feito um pão tão grande! É também um pão muito fofo e saboroso. Ficou com aspecto de bolo, porque quando o vi aumentar tanto de volume, achei melhor colocar a massa dentro de uma forma de bolo, para moldá-lo melhor. 

Usei:
(procedimentos adptados de "Na Cozinha com Jamie Oliver", pp. 184-185)

300 gr de farinha de trigo
100 gr de farinha de centeio
100 gr de farinha de castanha 
500 gr de farinha de trigo integral
uma saqueta (11 gr) de fermento para pão
30 gr de sal grosso
30 gr de açúcar mascavado claro
625 ml de água morna
Azeite q.b.


Fiz assim:

Misturei as farinhas, a levedura, o sal e o açúcar, na taça da batedeira, e misturei tudo muito bem. Juntei, aos poucos, a água morna, e com o gancho para massa incorporado na batedeira, deixei que os ingredientes secos e húmidos se misturassem, lentamente, na velocidade um. Depois aumentei para a velocidade dois, e bati durante 5 minutos. Untei um tabuleiro e as mãos com azeite (o Jamie sugere que o faça com farinha, mas eu prefiro sempre fazê-lo com azeite, para que o pão não se torne mais seco, por via de se adicionar mais farinha), e moldei o pão, procurando dar-lhe uma forma arredondada. Efectuei alguns cortes, com uma faca, na superfície da massa, cobri com um pano limpo, e coloquei o tabuleiro no forno (desligado!). Deixei levedar durante 50 minutos.
Passado esse tempo, o pão tinha levedado imenso, e dobrado de volume. Chegou a altura de voltar a amassá-lo, e desta feita fi-lo com as mãos, untadas uma vez mais com azeite. Amassei durante um minuto, para lhe retirar o ar. Coloquei a massa numa forma de alumínio para bolos, sem buraco, e untada com azeite. Voltei a colocar a massa no forno, coberta com um pano, para levedar pela segunda vez, por mais 50 minutos, 
Findo este tempo, retirei a forma do forno, e aqueci-o a 220º. Mantive o pão coberto com o pano até que o forno aquecesse (no meu forno, demorou cerca de 5 minutos). Enchi uma pequena taça de barro com água, e coloquei na parte de baixo do forno, para criar um ambiente húmido que favorece o crescimento do pão. Depois inseri a massa de pão no forno, dentro da forma, e deixei cozer durante 30 minutos. Reduzi a temperatura do forno para 150º, e deixei que o pão cozesse durante mais 10 minutos. Por fim, quando o pão já estava cozido, retirei-o do forno, e deixei arrefecer numa grelha. Ficou óptimo! Comi algumas fatias, à lareira, barrado com manteiga, e também simples, acompanhado de queijo de cabra marinado em azeite e orégãos.